Governo que produz crime, crime que produz governo: o dispositivo de gestão do homicídio em São Paulo (1992 – 2011)
Resumo
Este artigo argumenta que a gestão do homicídio no Estado de São Paulo, desde os anos 1990, é realizada por, no mínimo, doisregimes de políticas de segurança: as estatais e as criminais. Como esses regimes coexistem e só podem ser compreendidosna relação que os constitui, recupero as linhas gerais de duas décadas de suas relações, das quais emergem os elementosfundamentais da especificidade paulista quanto aos temas da segurança pública nos anos 2000. Argumento que as políticasestatais de expansão do encarceramento e de criação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), além da equiparação dotráfico de drogas a crimes hediondos, ofereceram todas as condições de possibilidade para a atual hegemonia do PrimeiroComando da Capital (PCC) na regulação de condutas e mercados criminais populares nos presídios e periferias em São Paulo. Aqueda expressiva dos homicídios no estado, nos anos 2000, seria resultado dessa hegemonia. A argumentação está amparadaem pesquisa etnográfica, realizada entre 2005 e 2011.1.Declaração de Responsabilidade
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