Economia das drogas e políticas de segurança no Triângulo Mineiro:

o controle do crime entre mercados do atacado e do varejo

Autores

  • Márcio Bonesso IFTM Campus Uberlândia-centro

DOI:

https://doi.org/10.31060/rbsp.2020.v14.n2.1044

Palavras-chave:

Antropologia das sensibilidades jurídicas. Sociologia da Violência. Economia das drogas.

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal interpretar quatro modelos econômicos dos mercados das drogas ilícitas e suas intersecções na região do Triângulo Mineiro/MG. O primeiro modelo de tráfico de drogas descrito foi o político-empresarial. A pesquisa tomou como base o relatório conclusivo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico de Minas Gerais que documentou a acusação de políticos, empresários e servidores públicos da área da segurança pública. O modelo da rota caipira desvelou mercados das drogas nas fazendas via transporte aéreo, descobertos por operações da Polícia Federal e publicadas pela imprensa local. O terceiro foi o modelo periférico situado nos bairros pobres, geralmente um mercado constituído na ponta da venda por jovens. O último modelo identificado foi o cult com mercados envolvendo a população artística, intelectual universitária, classe média e alta das cidades. Cabe ressaltar que o artigo vai descrever esses quatro tipos econômicos em suas práticas sociais e relações de interação. Os materiais e métodos utilizados na pesquisa, além do relatório da CPI do Narcotráfico e dos registros da imprensa local, tiveram como base uma pesquisa etnográfica desenvolvida entre 2011 e 2015. Conclui-se que os dois primeiros modelos de tráfico de drogas possuem uma associação com a economia do atacado arregimentada por profissionais liberais de classe média e alta, o terceiro modelo mescla a economia do atacado e do varejo nos bairros periféricos com mudanças oriundas a partir do fortalecimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região e o último modelo descreve múltiplos mercados da classe media e alta do varejo dentro e no entorno da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Apesar do relativo sucesso governamental das políticas de segurança pública estadual, veremos como, sua administração de controle sobre o tráfico de drogas, crimes violentos e homicídio, recaiu apenas sobre o modelo do tráfico de drogas periférico.

 

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Biografia do Autor

Márcio Bonesso, IFTM Campus Uberlândia-centro

Possui bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Uberlândia (2002). Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (2006). Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar (2015). Professor de Sociologia do Instituto Federal do Triângulo Mineiro. Autor do livro Prevenção à criminalidade: arte e esporte na segurança pública em Minas Gerais (2018).  É músico contrabaixista.

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Publicado

2020-09-30

Como Citar

Bonesso, M. (2020). Economia das drogas e políticas de segurança no Triângulo Mineiro:: o controle do crime entre mercados do atacado e do varejo. Revista Brasileira De Segurança Pública, 14(2), 82–99. https://doi.org/10.31060/rbsp.2020.v14.n2.1044

Edição

Seção

Dossiê Segurança e Justiça Criminal