Rituais de “pacificação”: uma análise das reuniões organizadas pelos comandos das UPPs
DOI:
https://doi.org/10.31060/rbsp.2014.v8.n1.354Palavras-chave:
Segurança pública, pacificação, UPP, participação, cidadania, favela, favelados.Resumo
Este artigo apresenta reflexões acerca dos processos de regulamentação das reuniões comunitárias organizadas e dirigidas pelos comandos militares das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Estado do Rio de Janeiro. Foram analisados símbolos, valores e temas suscitados nesses eventos, para o qual convergem diferentes representantes das esferas pública, privada e de base local a fim de constituir no cenário cotidiano dessas favelas verdadeiros rituais de “pacificação”. Conforme a pesquisa aponta, existem regularidades e formalidades que buscam conduzir a produção de novos valores morais e também renovar velhos mecanismos de controle sobre as dinâmicas políticas desses espaços. Nesse escopo, a “pacificação” tem revelado mais permanências do que rupturas no processo de “promoção de cidadania” aos moradores de favelas.
Downloads
Referências
BAYLEY, David H. Padrões de policiamento:uma análise internacional comparativa. São Paulo: Edusp, 2002. v. 1.
BELTRAME QUER PRESSA em investimentos sociais pós-UPPs: ‘Nada sobrevive só com segurança’. O Globo. Rio de Janeiro, 28 maio 2011.
BORNEMAN, John. “Ethnography of vindication” in Settling Accounts:Violence, justice and accountability in post socialist Europe.Princeton, New Jersye: Princeton University Press, 1997.
BURGOS, Marcelo. Dos parques proletários ao Favela-Bairro. In: ZALUAR, A; ALVITO, M. (Org.). Um século de favela. Rio de Janeiro: FGV, 1997.
CANO, Ignácio; DUARTE, Thaís. “No sapatinho”: a evolução das milícias no Rio de Janeiro (2008-2011). Rio de Janeiro: Fundação Henrich Boll, 2012.
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Luzes e sombras no dia social: o símbolo ritual em Victor Turner. Horizontes Antropológicos, ano 18, n. 37, jan. jun. 2012, p. 103-131.
CAVALCANTI, Mariana. Do barraco à casa: Tempo, espaço e valor(es) numa favela consolidada. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 24, n. 69, p. 69-80.
CAVALCANTI, Mariana. À espera, em ruínas: urbanismo, estética e política no Rio de Janeiro da PACificação. Dilemas, v. 6, 2013.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Luís Roberto. A dimensão simbólica dos direitos e a análise dos conflitos. Revista de Antropologia da USP, v. 53, n. 2, 2010.
DAS, Veena; POOLE, Deborah. El estado y sus márgenes. Etnografías comparadas.Cuadernos de Antropologia Social, Buenos Aires, n. 27, 2008, p.19-52.
DINIZ, Eli. Voto e máquina pública:patronagem e clientelismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
FLEURY, Sônia. Militarização do Social como estratégia de integração: o caso do Santa Marta. Sociologias, ano 14, n. 50, maio-ago. 2012.
FLEURY, Sônia. Rio: marca registrada da participação pacificada. Le Monde diplomatique Brasil, fev. 2013.
LAV (Laboratório de Análise da Violência). ‘Os Donos do Morro’:Uma Avaliação Exploratória do Impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro. Relatório de pesquisa. Rio de Janeiro, 2012.
LEEDS, Anthony. Poder Local em Relação com Instituições de Poder Supralocal. In: LEEDS, Anthony; LEEDS, Elizabeth. A Sociologia do Brasil Urbano.Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
LEITE, Márcia Pereira. “Da “metáfora da guerra” ao projeto de “pacificação”: favelas e políticas de segurança pública no Rio de Janeiro”. Revista Brasileira de Segurança Pública, v. 2, n. 11, 2012.
MACHADO DA SILVA, Luis Antonio. A política na favela. Cadernos Brasileiros,ano IX, n. 41, maio-jun., 1967, p. 35-47.
MACHADO DA SILVA, Luis Antonio. A Continuidade do “Problema da Favela”. In:OLIVEIRA, Lucia Lippi (Org). Cidade: Histórias e Desafios. Rio de Janeiro: FGV, 2002.
MACHADO DA SILVA, Luis Antonio; LEITE, Marcia. Violência, Crime e Polícia: O que os favelados dizem quando falam sobre esses temas. In: Sociedade e Estado,v. 22, n. 3, 2007, p. 545-591.
MOORE, Sally Falk. Certainties Undone: Fifty turbulent years of legal anthropology 1949-1999. Journal of the Royal Anthropological Institute, v. 7, n. 1, 2001.
PANDOLFI, Dulce; GRYNSZPAN, Mario. Poder Público e Favelas: uma relação delicada. In: OLIVEIRA, Lucia Lippi (Org).Cidade: Histórias e Desafios. Rio de Janeiro: FGV, 2002.
PEIRANO, Mariza. A análise antropológica de rituais. In: PEIRANO, M. (Org) O Dito e o Feito: Ensaios de Antropologia dos Rituais.Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2003, p. 17-42.
RIBEIRO, Luiz Carlos de; OLINGER, Marianna. A favela na cidade-commodity: desconstrução de uma questão social. In: MELLO, M. A. (Org). Favelas cariocas – ontem e hoje. Rio de Janeiro: Garamond, 2012, p. 331-348.
RIO DE JANEIRO. Decreto estadual nº. 42.787, de 6 de janeiro de 2011, Dispõe sobre a implantação, estrutura, atuação e funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências.
SILVA, Itamar; ROCHA, Lia de Mattos. Associações de moradores de favelas e seus dirigentes: o discurso e a ação como reversos do medo. In: JUSTIÇA GLOBAL. (Org.). Segurança, Tráfico e Milícias.Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Boll, 2008.
ROCHA, Lia de Mattos. Notas sobre experiências de “Pacificação” em favelas do Rio de Janeiro – Brasil. Rio de Janeiro, 2011. Mimeografado.
RODRIGUES, André et al. Pensando as associações de moradores no contexto das UPPs.Revista Comunicações do ISER,ano 31, n. 67, 2012. Edição Unidades de Polícia Pacificadora – Debates e Reflexões.
SENTO-SÉ, João Trajano et al. Os Conselhos de SegurançaComunitária do Rio de Janeiro: Institucionalização e Participação.Desigualdade & Diversidade, n. 11, ago.-dez. 2012.
TRINDADE, Claudia. Não se faz omelete sem quebrar os ovos: Política pública e participação social no PAC Manguinhos. Tese (Doutorado em História) – UFF, Rio de Janeiro, 2012.
ZALUAR, Alba. A Máquina e a Revolta – as organizações populares e o significado da pobreza. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1985.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2014 Revista Brasileira de Segurança Pública
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Licenciamento
A Revista Brasileira de Segurança Pública usa a Licença Creative Commons como forma de licenciamento para suas obras publicadas. A licença utilizada segue o modelo CC BY 4.0 - Attribution 4.0 International.
Para consultar os dirietos permitidos direcione-se para a licença completa ou para a nossa página de Direitos dos autores e Licenças.