Análise temporal de roubos e furtos a residência em Cuiabá, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31060/rbsp.2023.v17.n1.1456

Palavras-chave:

Roubo e furto à residência, Padrões temporais, Teoria da atividade rotineira, Teoria da escolha racional, Prevenção criminal

Resumo

O presente estudo analisa a influência dos fatores temporais na dinâmica dos crimes de roubo e furto à residência no município de Cuiabá/MT. Para isso, toma como base teórica e estrutura de orientação as teorias da atividade rotineira e da escolha racional. Apesar de analisar a distribuição de tais crimes por ano, mês, estação do ano, dia da semana e período do dia, os resultados estatísticos apenas apontam que os roubos são mais concentrados no período noturno. Todavia, a pesquisa indica que os crimes de roubo e furto à residência possuem padrões temporais específicos, o que é de grande importância para embasar as políticas de segurança pública na cidade, as quais deverão adotar, por exemplo, variadas estratégias de prevenção para diferentes períodos do dia e do ano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Franklin Almeida, Polícia Militar de Mato Grosso

Tenente Coronel da PMMT. Doutorando em Administração Pública e Governo pela FGV. Mestre em Policing pela University College London. Mestre em Política Social pela UFMT. 

Louise Logsdon, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

Doutora pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU - USP, 2019), Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e da Especialização em Desenvolvimento Urbano da mesma instituição. Desenvolve pesquisas na área de tecnologia da arquitetura e desenvolvimento urbano.

Vania Ceccato, KTH Royal Institute of Technology Student

Professora no Departamento de Planejamento e Meio Ambiente em Estocolmo, Suécia, coordenadora da rede Safe Places.

Diana de Paula, Universidade Federal de Mato Grosso

Dra. Diana Carolina Jesus de Paula (arquiteta e urbanista, doutora em Física Ambiental - UFMT - PPGFA) na Área de Concentração Interação Biosfera-Atmosfera/ Mudanças Climáticas Globais, Linha de Pesquisa: Análise e Modelagem Microclimática de Sistemas Urbanos. Docente no curso de graduação e pós-graduação de arquitetura e urbanismo no UNIVAG.

Janaina Santos, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pelo IAU USP. Mestra em Urbanismo pelo PROURB UFRJ. Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Viçosa. Professora do Instituto de Mato Grosso - Campus Várzea Grande.

André Portela, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

Geógrafo com Mestrado em Ambiente e desenvolvimento Regional-UFMT e Especialista em Desenvolvimento Urbano - IFMT, com trabalhos relacionados a impacto ambiental, geoprocessamento, SIGs.

Referências

ANDRESEN, M. A. The place of environmental criminology within criminological thought. In: ANDRESEN, M. A.; BRANTINGHAM, P. J.; KINNEY, J. B. (Eds.). Classics in environmental criminology, p. 05-28. 2010.

BECKER, G. S. Crime and punishment: An economic approach. In: BECKER, G. S.; LANDES, W. M. (Eds.). Essays in the Economics of Crime and Punishment, p. 01-54. 1974.

BLOCK, R.; GALARY, A.; BRICE, D. The Journey to crime: Victims and offenders converge in violent index offences in Chicago. Security Journal, v. 20, p. 123-137, 2007. DOI: https://doi.org/10.1057/ palgrave.sj.8350030.

BRANDÃO, D. Q.; HEINECK, L. F. M. Significado multidimensional e dinâmico do morar: compreendendo as modificações na fase de uso e propondo flexibilidade nas habitações sociais. Ambiente Construído, v. 3, n. 4, p. 35-48, 2003.

BRASIL. Decreto-Lei No 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, 31/12/1940.

CALDEIRA, T. P. R. Cidade de muros: Crime, segregação e cidadania em São Paulo. 2 ed. São Paulo: Edusp, 2000.

CECCATO, V. Homicide in São Paulo, Brazil: Assessing spatial-temporal and weather variations. Journal of Environmental Psychology, v. 25, n. 3, p. 307-321, 2005.

CERVANTES, C.; SÁ, B. Facção CV proíbe roubos em bairros da Capital e espanca quem desobedece. RD News, Polícia, 28 jun. 2017.

COHEN, L. E.; FELSON, M. Social change and crime rate trends: A routine activity approach. American Sociological Review, v. 44, n. 4, p. 588-608, ago. 1979.

COHN, E. G.; ROTTON, J. Weather, seasonal trends and property crimes in Minneapolis, 1987-1988. A moderator-variable time-series analysis of routine activities. Journal of Environmental Psychology, v. 20, n. 3, p. 257-272, set. 2000.

COHN, E. G.; ROTTON, J. Even criminals take a holiday: Instrumental and expressive crimes on major and minor holidays. Journal of Criminal Justice, v. 31, n. 4, p. 351-360, jul.-ago. 2003. DOI: https://doi.org/10.1016/S0047-2352(03)00029-1.

CORNISH, D. B.; CLARKE, R. V. The rational choice perspective. In: WORTLEY, R.; TOWNSLEY, M. (Eds.). Environmental criminology and crime analysis, p. 29-61. 2 ed. London: Routledge, 2016.

COUPE, T.; BLAKE, L. Daylight and darkness targeting strategies and the risks of being seen at residential burglaries. Criminology, v. 44, n. 2, p. 431-464, maio 2006. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1745- 9125.2006.00054.x.

CROMWELL, P. F.; OLSON, J. N.; AVARY, D. W. Breaking and entering: An ethnographic analysis of burglary. Newbury Park: Sage, 1991.

CRUZ, S. H. da; AZEVEDO, M. R.; GONCALVES, H. Vitimização por violência urbana em uma cidade de médio porte do sul do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 14, n. 1, p. 15-26, mar. 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2011000100002.

FARRELL, G.; PEASE, K. Crime seasonality: Domestic disputes and residential burglary in Merseyside 1988- 90. British Journal of Criminology, v. 34, n. 4, p. 487-498, 1994. DOI: https://doi.org/10.1093/ oxfordjournals.bjc.a048449.

FOX, B. H.; FARRINGTON, D. P. Creating burglary profiles using latent class analysis: A new approach to offender profiling. Criminal Justice and Behavior, v. 39, n. 12, p. 1582-1611, out. 2012. DOI: https://doi.org/10.1177/0093854812457921.

HAMILTON-SMITH, N.; KENT, A. The prevention of domestic burglary. In: TILLEY, N. (Ed.). Handbook of crime prevention and community safety, p. 417-457. London: Routledge, 2005.

HANLEY, R. Burglaries troubles New York suburbs. The New York Times, 19 jan. 1981.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades e Estados. Cuiabá. 2020.

INSPER. Relatório da pesquisa de vitimização em São Paulo - 2018. Centro de Políticas Públicas, Insper, set. 2018.

JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

LAURITSEN, J. L.; WHITE, N. Seasonal Patterns in Criminal Victimization Trends. Special Report U. S. Department of Justice, jun. 2014.

LOPES, M. M.; CASTELO BRANCO, V. T. F.; SOARES, J. B. Utilização dos testes estatísticos de Kologorovv- Smirnov e Shapiro-Wilk para verificação da normalidade para materiais de pavimentação. Revista Transporte, v. 21, n. 1, p. 56-59, 2013.

MADALOZZO, R.; FURTADO, G. M. Um estudo sobre a vitimização para a cidade de São Paulo. Revista de Economia Política, v. 31, n. 1, p. 160-180, mar. 2011.

MAGUIRE, M.; WRIGHT, R.; BENNETT, T. Domestic burglary. In: BROOKMAN, F.; MAGUIRE, M.; PIERPOINT, H.; BENNETT, T. (Eds.). Handbook on crime, p. 3-25. London: Routledge, 2010.

MATO GROSSO. Boletim de acompanhamento anual dos crimes contra o patrimônio em Cuiabá, Mato Grosso, 2019.

MCDOWALL, D.; LOFTIN, C.; PATE, M. Seasonal cycles in crime, and their variability. Journal of Quantitative Criminology, v. 28, p. 389-410, set. 2012. DOI: https://doi.org/10.1007/s10940-011-9145-7.

MELO, S. N.; PEREIRA, D. V. S.; ANDRESEN, M. A.; MATIAS, L. F. Spatial/temporal variations of crime: A routine activity theory perspective. International Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology, v. 62, n. 7, p. 1967-1991, 2018. DOI: https://doi.org/10.1177/0306624X17703654.

MONTOYA, L.; JUNGER, M.; ONGENA, Y. The relation between residential property and its surroundings and day- and night- time residential burglary. Environment and Behavior, 48, n. 4, p. 515-549, 2016. DOI: http://doi.org/10.1177/0013916514551047.

NASAR, J. L. Environmental factors and commercial burglary. Journal of Environmental Systems, v. 11, n. 1, p. 49-56, 1981.

NEWMAN, O. Defensible space. New York: Macmillan, 1972.

PAIXÃO, L. A. R. O impacto da violência no preço dos imóveis comerciais de Belo Horizonte: Uma abordagem hedônica. Economia Aplicada, v. 13, n. 1, p. 125-152, mar. 2009.

QUETELET, A. A treatise on man and the development of his faculties. Edinburgh: Chambers, 1842.

RENGERT, G. F.; WASILCHICK, J. The use of space in burglary. In: ANDRESEN, M. A.; BRANTINGHAM, P. J.; KINNEY, J. B. (Eds.). Classics in environmental criminology, p. 257-272. 2010.

SANDERS, A. N.; KUHNS, J. B.; BLEVINS, K. R. Exploring and Understanding Differences Between Deliberate and Impulsive Male and Female Burglars. Crime & Delinquency, v. 63, n. 12, p. 1547-1571, 2017. DOI: https://doi.org/10.1177/0011128716660519.

SANTOS, F. M. M.; NOGUEIRA, M. C. J. A. Análise da influência da ocupação do solo na variação termo- higrométrica por meio de transectos noturnos em Cuiabá-MT. Revista Caminhos de Geografia, v. 13, n. 41, p.187-194, mar. 2012.

SENASP – SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA. Pesquisa Nacional de Vitimização. Questionário SENASP. Senasp; Datafolha; Crisp, 2013.

SHOVER, N. Burglary. Crime and Justice, v. 14, p. 73-113, 1991.

SOUZA, F. ‘Quem for pego roubando será punido severamente’: o cartaz anticrime atribuído ao Comando Vermelho. BBC News Brasil, 23 ago. 2016.

TOWNSLEY, M.; BIRKS, D.; BERNASCO, W.; RUITER, S.; JOHNSON, S. D.; WHITE, G.; BAUM, S. Burglar target selection: A cross-national comparison. Journal of Research in Crime and Delinquency, v. 52, n. 1, p. 3-31, jul. 2014. DOI: https://doi.org/10.1177/0022427814541447

TRIOLA, M. F. Introdução à estatística. 10 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

VITO, G. F.; MAAHS, J. R.; HOLMES, R. M. Criminology: Theory, Research, and Policy. Sudbury: Jones & Bartlett Publishers, 2006.

XIAO, L.; LIU, L.; SONG, G.; RUITER, S.; ZHOU, S. Journey-to-crime distances of residential burglars in China disentangled: Origin and destination effects. ISPRS – International Journal of Geo-Information, v. 7, n. 8, 2018. DOI: https://doi.org/10.3390/ijgi7080325.

WHEELER, A. The Moving home effect: A quasi experiment assessing effect of home location on the offence location. Journal of Quantitative Criminology, v. 28, p. 587-606, 2012. DOI: https://doi.org/10.1007/s10940-011-9161-7.

WILLIS, G. A. N. The killing consensus: homicide detectives, police that kill and organized crime in São Paulo, Brazil. Tese (Doutorado em Estudos Urbanos e Regionais) – MIT – Massachusetts Institute of Technology, Department of Urban Studies and Plainning, Massachusetts, EUA, 2013.

WORTLEY, R.; TILLEY, N. Theories for situational and environmental crime prevention. In: BRUINSMA, G. J. N.; WEISBURD, D. (Eds.). Encyclopedia of criminology and criminal justice. New York: Springer, 2014.

WRIGHT, R.; DECKER, S. Burglars on the job: Streetlife and residential break-ins. Boston: Northeastern University Press, 1994.

Publicado

14-02-2023

Como Citar

ALMEIDA, Franklin; LOGSDON, Louise; CECCATO, Vania; DE PAULA, Diana; SANTOS, Janaina; PORTELA, André. Análise temporal de roubos e furtos a residência em Cuiabá, Brasil. Revista Brasileira de Segurança Pública, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 208–231, 2023. DOI: 10.31060/rbsp.2023.v17.n1.1456. Disponível em: https://revista.forumseguranca.org.br/index.php/rbsp/article/view/1456. Acesso em: 18 abr. 2024.