Associações Entre Reincidência Prisional e Experiências Laborais e Educacionais Durante a Privação de Liberdade
DOI:
https://doi.org/10.31060/rbsp.2024.v18.n2.1880Palavras-chave:
Reincidência, Reabilitação, Santa Catarina, Propensity Score Matching, Modelos de FragilidadeResumo
Este ensaio investiga o impacto de programas laborais e educativos nas taxas de reincidência de detentos ao longo de um período de quase cinco anos para os presos libertados de prisões de Santa Catarina. Três métodos foram usados para analisar a reincidência e para controlar o viés de auto seleção e a heterogeneidade não observável: propensity score matching, modelos Cox e modelos de fragilidade. O modelo de fragilidade mostrou que a participação em programas de laborais e educacionais reduziu as chances de reincidência em 14% e 32%, respectivamente. Este estudo sugere que existem programas em andamento em Santa Catarina que podem impactar efetivamente na reabilitação de presos.
Downloads
Referências
ADORNO, Sergio; BORDINI, Eliana. Reincidência e Reincidentes Penitenciários em São Paulo (1974 – 1985). Revista Brasileira de Ciências Sociais, 3, 9, 1989, 70-94.
ADORNO, Sergio; BORDINI, Eliana. A Prisão sob a ótica de seus protagonistas: Itinerário de uma pesquisa. Revista de Sociologia da USP: Tempo Social – São Paulo, 1991, 7 - 40.
ANDERSEN, Signe; ANDERSEN, Lars and SKOV, Pier. Effect of Marriage and Spousal Criminality on Recidivism. Journal of Marriage and Family, 77, 2, 2015, 496-509.
AOS, Steve; MILLER, Marna; DRAKE, Elisabeth. Evidence-Based Public Policy Options to Reduce Future Prison Construction, Criminal Justice Costs, and Crime Rates. Victims and Offenders, 4, 2009, 170-196.
BECKER, Howard. Outsiders. Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BAEZA, Francisca and GRAU, Nicólas. The Impact of Prison Labor Programs on Recidivism: The Case of Chile. Working Paper, 440, University of Chile, Chile, 2017.
BAQUEIRO, Fernanda. Execução Penal e o Mito da Ressocialização: Disfunções da Pena Privativa de Liberdade. Curitiba: Juruá, 2017.
BITENCOURT, Cezar. A falência da pena de prisão: causas e alternativas. São Paulo: Saraiva, 2017.
BOWLES, Roger; FLORACKIS, Chrisostomos. Duration of the time to reconviction: Evidence from UK prisoner discharge data. Journal of Criminal Justice, 35, 4, 2007, 365-378.
BRANT Vinicius. O trabalho encarcerado. Rio de Janeiro: Forense, 1994.
BRASIL. Lei (Federal) 7.210, de 11 de julho. Lei de Execuções Penais, 1984.
BRASIL. Diagnóstico do sistema prisional brasileiro. Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2018.
CARVALHO, José. Essays on the Microeconometrics of Labor Markets and Criminal Behavior. Ph.D. Thesis - Pennsylvania State University, USA, 2002.
COELHO, Edmundo. Oficina do Diabo e outros escritos sobre criminalidade. Rio de Janeiro: Record, 2005.
COLOSIMO, Enrico and GIOLO, Sueli. Análise de sobrevivência aplicada. São Paulo: Blucher, 2006.
COX, David. Regression models and life tables. Journal of the Royal Statistical Society, 34, 2, 1972, 187-220.
CULLEN, Francis. Rehabilitation: Beyond Nothing Works. Crime and Justice, 42, 1, 2013, 299-376.
CULLEN, Francis; JONSON, Cheryl. Rehabilitation and Treatment Programs. In: WILSON, James, PETERSILIA, Joan (eds) Crime and Public Policy. New York: Oxford University Press, 2011.
DAVIS, Louis; BOZICK, Robert; STEELE, Jennifer; SAUNDERS, Jessica; MILES, Jeremy. Evaluating the Effectiveness of Correctional Education: A Meta-Analysis of Programs That Provide Education to Incarcerated Adults, 2013.
DEUCHAR, Ross; MORCK, Line; MATEMBA, Yonah; MCLEAN, Robert; RIAZ, Nighet. It’s as If You’re Not in the Jail, as If You’re Not a Prisoner’: Young Male Offenders’ Experiences of Incarceration, Prison Chaplaincy, Religion and Spirituality in Scotland and Denmark. The Howard Journal of Crime and Justice, 55, 1-2, 2016, 131-150.
DUWE, Grant; CLARK, Valerie. Blessed Be the Social Tie That Binds: The Effects of Prison Visitation on Offender Recidivism. Criminal Justice Policy Review, 24, 3, 2011, 271-296.
DUWE, Grant; CLARK, Valerie. Nothing Will Work Unless You Did: The Predictors of Postprison Employment. Criminal Justice and Behavior, 44, 5, 2017, 657-677.
DUWE, Grant; MCNEELEY, Susan. The effects of prison labor on institutional misconduct, postprison employment, and recidivism. Corrections, 5, 2, 2017, 1-20.
FOGARTY, James; GILES, Margaret. Recidivism and education revisited: evidence for the USA. Working Paper, 1806, The University of Western Australia, Crawley, Australia, 2018.
GUO, Shenyang; FRASER, Mark. Propensity Score Analysis: Statistical Methods and Applications. Los Angeles, CA: Sage Publications, 2014.
HUI, Ryang; CLARK, David. The effect of prison-based college education programs on recidivism: Propensity Score Matching approach. Journal of Criminal Justice, 41, 2013, 196-204.
IPEA. O desafio da reintegração social do preso: uma pesquisa em estabelecimentos prisionais, 2015.
IPEA. Avaliação de políticas públicas: guia prático de análise ex ante. Brasília: Ipea, 2018.
JULIÃO, Elionaldo. Ressocialização através da educação e do trabalho no Sistema Penitenciário Brasileiro. PhD Thesis - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brazil, 2009.
JUNG, Hyunzee, SPJELDNES, Solveig and YAMATANI, Hide. Recidivism and Survival Time: Racial Disparity Among Jail Ex-Inmates. Social Work Research, 34, 3, 2010, 181-189.
KAPLAN, Edward; MEIER, Paul. Nonparametric estimation from incomplete observations. Journal of the American Statistical Association, 53, 1958, 457-481.
LISZT, Franz. Tratado de direito penal allemão. Brasília: Senado Federal, 2006.
MASSOGLIA, Michael; PRIDEMORE, Willian. Incarceration and health Annual Review of Sociology, 41, 2015, 291-310.
MACKENZIE, Doris. What Works in Corrections: Reducing the Criminal Activities of Offenders and Delinquents. New York: Cambridge University Press, 2006.
MUNDA, Marco, ROTOLO, Federico and LEGRAND, Catharine. parfm: Parametric Frailty Models in R. Package vignette, 1.4, 2017.
OLMOS, Antonio and GOVINDASAMY, Priyalatha. Propensity Scores: A Practical Introduction Using R. Journal of Multidisciplinary Evaluation, 11, 25, 2015.
POMPOCO, Amanda, WOLDREDGE, John, LUGO, Mellisa, SULLIVAN, Carie and LATESSA, Edward. Reducing Inmate Misconduct and Prison Returns with Facility Education Programs. Criminology & Public Policy, 16, 2017, 515-547.
PRATT, Travis. Addicted to Incarceration: Corrections Policy and the Politics of Misinformation in the United States. Thousand Oaks, CA: Sage, 2019.
SALLA, Fernando. As rebeliões nas prisões: novos significados a partir da experiência brasileira. Sociologias, 16, 2006, 274-307.
SAPORI, Luis; SANTOS, Roberto; MAAS, Lucas. Fatores sociais determinantes da reincidência criminal no Brasil: o caso de Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 32, 94, 2017.
SEDGLEY, Norman; SCOTT, Charles, WILLIAMS, Nancy and DERRICK, Frederic. Prision’s Dilemma: Do Education and Jobs Programmes Affect Recidivism? Economica, 77, 2010, 497-517.
SKARDHAMAR, Torbjorn and TELLE, Kjetil. Post-Release Employment and Recidivism in Norway. Journal of Quantitative Criminology, 28, 4, 2012, 629-49.
SHARMIN, Shaila and KHAN, Md Hasinur. Analysis of Unobserved Heterogeneity via Accelerated Failure Time Models Under Bayesian and Classical Approaches, 2017.
SHIKIDA, Pery; BROGLIATTO, Sandra. O trabalho atrás das grades: um estudo de caso na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, 4, 1, 2008, 128-154.
SHIKIDA, Pery; GONÇALVES JÚNIOR, Carlos, CARDOSO, Bárbara and BIRCK, Luis. Reincidência penal: uma análise a partir da “Economia de Crime” para subsidiar decisões judiciais. Publ. UEPG Ci. Soc. Apl., 22, 1, 2014, 41-51.
SCHNITTKER, Jason and JOHN, Andrea. Enduring Stigma: The Long-Term Effects of Incarceration on Health. Journal of Health and Social Behavior, 48, 2, 2007, 115–130.
SCHOENFELD, David. Partial residuals for the proportional hazards regression model. Biometrika, 69, 1982, 239-241.
SOUZA, Rafaelle, SILVEIRA, Andréia and SILVA, Bráulio. A influência de programas de apoio a egressos do sistema prisional na redução da reentrada prisional. Interseções, 18, 2, 2016, 408-430.
STEINER, Benjamin and WOOLDREDGE, John. Sex Differences in the Predictors of Prisoner Misconduct. Criminal Justice and Behavior, 41, 4, 2014, 433-452.
STOLZENBERG, Lisa and D’ALESSIO, Stewart. Sex differences in the likelihood of arrest. Journal of Criminal Justice, 32, 2004, 443-545.
SULLIVAN, Christopher and PIQUERO, Alex. The Criminal Career Concept: Past, Present, and Future. Journal of Research in Crime and Delinquency, 53, 3, 2016, 420-442.
TILLEY, Nick. Doing Realistic Evaluation of Criminal Justice. In: V. JUPP, P. DAVIES and P. FRANCIS (eds.) Criminology in the Field: the Practice of Criminological Research. London: Sage, 2000.
VAUPEL, James, MANTON, Kenneth and STALLARD, Eric. The impact of heterogeneity in individual frailty on the dynamics of mortality. Demography, 16, 3, 1979, 439-454.
WIENKE, Andreas. Frailty models in survival analysis. New York, NY: Chapman & Hall/CRC, 2011.
WILDEMAN, Christopher and WANG, Emily. Mass incarceration, public health, and widening inequality in the USA. The Lancet, 389, 2017, 1464-1474.
WILSON, David, GALLAGHER, Catharine and MACKENZIE, Doris. A meta-analysis of corrections-based education, vocation, and work programs for adult offenders. Journal of Research in Crime & Delinquency, 37, 4, 2000, 347-368.
ZANON, Matheus; BARROS, Emílio. Análise de sobrevivência aplicada a dados de reincidência ao crime. Revista Brasileira de Biometria, 36, 3, 2018, 527-542.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Segurança Pública
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Licenciamento
A Revista Brasileira de Segurança Pública usa a Licença Creative Commons como forma de licenciamento para suas obras publicadas. A licença utilizada segue o modelo CC BY 4.0 - Attribution 4.0 International.
Para consultar os dirietos permitidos direcione-se para a licença completa ou para a nossa página de Direitos dos autores e Licenças.
