O sistema Koban e a institucionalização do policiamento comunitário paulista

Autores

  • Cesar Alves Ferragi

DOI:

https://doi.org/10.31060/rbsp.2011.v5.n1.83

Palavras-chave:

Policiamento Comunitário, Sistema Koban, PMESP, Japão, Liderança Institucional, Forças Isomórficas, Mudança Organizacional

Resumo

Esse artigo trata das implicações e dimensões institucionais por detrás da adoção do sistema koban japonês pela Polícia Militardo Estado de São Paulo (PMESP). O autor observa a evolução dessa organização, de uma situação de vago entendimento paraa aplicação de práticas mais precisas de policiamento comunitário. Nesse contexto é que surge a decisão de procurar, adotare implementar um modelo estrangeiro de policiamento – o sistema koban japonês . Os líderes da PMESP estão preocupadoscom a evolução da polícia como um todo, incluindo suas aspirações e competências, como meio de legitimar a existência dainstituição. Por meio do koban, a liderança institucional da PMESP teve um papel fundamental no processo de implementação dopoliciamento comunitário. Por fim, a adoção da modalidade de koban certamente tem origens numa reconhecida necessidadede melhorar o desempenho institucional e a moral da PMESP; mas sua contribuição principal, mais que técnica, é a de auxiliarna construção deste novo organismo social integrado: o policiamento comunitário no Brasil.

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Biografia do Autor

Cesar Alves Ferragi

Zare Ferragi é graduado em Admistração Pública pela FGV-EAESP, mestre e doutorando em Administração Pública pela ICU –International Christian University, localizada em Tóquio, no Japão.

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Publicado

01-03-2011

Como Citar

ALVES FERRAGI, Cesar. O sistema Koban e a institucionalização do policiamento comunitário paulista. Revista Brasileira de Segurança Pública, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 60–77, 2011. DOI: 10.31060/rbsp.2011.v5.n1.83. Disponível em: https://revista.forumseguranca.org.br/rbsp/article/view/83. Acesso em: 22 dez. 2024.