“Tem que abordar para conhecer” - o nascimento do X-9

um instrumento de investigação utilizado pelos policiais militares do Estado do Rio de Janeiro

Autores/as

  • Perla Alves Bento de Oliveira Costa Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.31060/rbsp.2020.v14.n1.1073

Palabras clave:

Abordagem policial, Usuário de drogas, X-9

Resumen

Este trabalho apresenta um esforço no sentido de compreender as moralidades que estão envolvidas quando o policial militar aborda um usuário de drogas e não o conduz para a delegacia a fim de fazer o registro de ocorrência. Além disso, discute uma das técnicas de investigação, exercida pelos policiais militares, a utilização do “X-9”, visto como uma “relação de parceria” com os informantes. Após a implantação da lei 11.343/06 percebeu-se um maior número de registros nas delegacias em relação ao tráfico e uma redução no que tange aos registros de posse e uso, que caracterizam usuários. Contudo, a diminuição nos números de registros não significa dizer que as abordagens, aos usuários de drogas realizadas pelos policias militares tenham se reduzido, já que os procedimentos criminais continuam os mesmos. E a lei é a todo instante atualizada pelos operadores.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Perla Alves Bento de Oliveira Costa, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Pesquisadora vinculada ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC/UFF). Pesquisadora vinculada ao PSICOCULT/UFF. Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense . Mestre no mesmo programa. Possui graduação em Pedagogia (UERJ 2012), graduação em Tecnólogo em Segurança Pública e Social (UFF 2016).

Citas

BECKER, Howard S. Problemas de interferência e prova na observação participante. In: métodos de pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Editora Hucitec, 1993.

BIONDI,K.; MARQUES, A. memória e historicidade em dois “comandos” prisionais. São Paulo: Lua Nova, 2010.

BOITEUX, L. A nova lei antidrogas e o aumento da pena do delito de tráfico de entorpecentes. Boletim do instituto Brasileiro de ciências criminais, São Paulo, ano 14, n. 167, out. 2006.

BRETAS, Marcos Luiz. a guerra das ruas: povo e polícia na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997.

DA MATTA, Roberto. carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 6 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

COSTA, Perla. Quando a gansóloga sou eu. Uma etnografia sobre as práticas dos policiais militares no Rio de Janeiro. (Dissertação de Mestrado). Niterói: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito, 2018.

EILBAUM, Lucía. o bairro fala: conflitos, moralidades e justiça no conurbano bonaerense. São Paulo: Hucitec: Anpocs, 2012.

FOUCAULT, Michel. vigiar e punir: Histórias da violência nas prisões. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.

FOOTE-WHYTE, William. sociedade de esquina. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1993. Coleção Antropologia Social.

GRILLO, C. C.; POLICARPO, F.; VERÍSSIMO, M. A ”dura” e o “desenrolo”: efeitos práticos da nova lei de drogas no Rio de Janeiro. rev. sociol. polít., Curitiba, v. 19, n. 40, p. 135-148, out. 2011.

HOLLOWAY, Thomas H. polícia no rio de Janeiro. repressão e resistência numa cidade do século XiX. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.

KANT, Roberto de Lima. a polícia da cidade do rio de Janeiro: seus dilemas e paradoxos. Rio de Janeiro: Forense, 1995.KANT, Roberto de Lima. Cultura jurídica e práticas policiais. A tradição Inquisitorial. 38º encontro anual da anpocs, 2014.

MAUSS, M. ensaio sobre a dádiva. Edições 70, 1950. Coleção Perspectivas do Homem.

MIRANDA, A. P . M.; OLIVEIRA, M. B.; PAES, V, F. Antropologia e políticas públicas: notas sobre a avaliação do trabalho policial. cuadernos de antropologia social, n. 25, p. 51-70, 2007.

MISSE, Michel. Sobre a construção social do crime no Brasil: esboçosde uma interpretação. In: acusados e acusadores. FAPERJ: Editora Revan, 2008.

MUNIZ, Jacqueline de Oliveira. discricionariedade policial e a aplicação seletiva da lei na democracia. Algumas lições extraídas de Carl B. Klockars. NEV – USP: São Paulo, mar. 2006.

PIRES, Lenin. esculhamba mas não esculacha! Uma etnografia dos usos urbanos dos trens da Central do Brasil. Niterói: Editora da UFF, 2011.

VELHO, Gilberto. um antropólogo na cidade: ensaios de antropologia urbana. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1981.ZALUAR, Alba (Org.). drogas e cidadania: repressão ou redução de riscos. São Paulo: Brasiliense, 1999.

Publicado

2020-02-18

Cómo citar

COSTA, Perla Alves Bento de Oliveira. “Tem que abordar para conhecer” - o nascimento do X-9: um instrumento de investigação utilizado pelos policiais militares do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Segurança Pública, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 156–171, 2020. DOI: 10.31060/rbsp.2020.v14.n1.1073. Disponível em: https://revista.forumseguranca.org.br/rbsp/article/view/1073. Acesso em: 26 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê: Sentidos do fazer judicial e policial: administração de conflitos e SJC