Lei de Drogas, Código Penal Militar e o princípio insignificância: da necessidade da sanção à humanização da pena.
DOI:
https://doi.org/10.31060/rbsp.2018.v12.n1.815Palavras-chave:
Lei de Drogas, Código Penal Militar, Policial MilitarResumo
A norma penal tem função de manter a coesão social, punindo ao mesmo tempo em que previne o comportamento desviante no âmbito da reação social jurídica ao crime. Durante a história da humanidade, já se manifestou em um extenso rol de penas cruéis, mas hoje ela acompanha os valores de humanização universalmente aceitos. No meio militar, são – e sempre foram - mais severas, entretanto, essa diferenciação entre as penas deve guardar apenas a discrepância necessária à preservação dos bens jurídicos distintos. Exemplo disso seria a inadmissão do princípio da insignificância ao porte de drogas por militar, punido de igual forma que aquele que trafica. A discussão gira em torno da consideração de um quadro social de epidemia do uso de drogas no mundo moderno, dos seus impactos sociais e da necessidade de repensar a matéria como questão de saúde pública, inclusive e especialmente no meio policial militar. Daí a razão da necessária reflexão sobre o direito do cidadão comum não ser punido pelo porte de quantidade ínfima em face da Lei de Drogas, ao passo que tal medida não pode ser aplicada ao militar. Daí a discussão se pautar na busca pela congruência ou não com princípios constitucionais de proporcionalidade e individualização da pena.
Downloads
Referências
ARFSTEN, Darryl P ; MORALEZ, Joe F ; CHESTER, Linnes L ; MOHAMAD, Pir ; WEBER, Timothy H. Drug use among the Afghanistan National Police: a national assessment. Military Medicine, v. 177, n.1, 2012, pp. 85-90.
ASSIS, Jorge César de. Direito Militar: aspectos penais, processuais penais e administrativos. Juruá Editora, 2007.
BRETAS, Marcos Luiz; SANT’ANNA, Marilene Antunes. Crime e punição na história. In: LIMA, Renato Sérgio de; RATTON, José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de (Orgs.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.
CARVALHO, Salo de. Substititutivos penais na era do grande encarceramento. Res Severa Verum Gaudium, v. 2, n. 1, 2010.
COSTA, Sérgio Henrique Nascente; YONAMINE, Maurício; RAMOS, Andrea Luciana Martins; OLIVEIRA, Fernando Gomes Ferreira; RODRIGUES, Caroline Rego; CUNHA, Luiz Carlos da. Prevalência do uso de drogas psicotrópicas em unidades da polícia militar. Ciência & Saúde Coletiva, v.20, n.6, 2015, pp. 1843-1849.
FAYET JUNIOR, Ney; FLORES, Carlos Thompson. Penas e Punição. In: LIMA,Renato Sérgio de; RATTON,José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de (Orgs.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.
LEMGRUBER, Julita; BOITEUX, Luciana. O fracasso da guerra às drogas. In: LIMA,Renato Sérgio de; RATTON,José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de (Orgs.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.
LOBÃO, Célio. Comentários ao Código Penal Militar: Parte Geral. v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
LUZ, Yuri Corrêa da. Princípio da insignificância em matéria penal: entre aceitação ampla e aplicação problemática. Revista Direito GV, v. 8, n. 1, 2012, pp. 203 -233.
ROBINS, Lee N. et al. How permanent was Vietnam drug addiction? American Journal of Public Health, v. 64, 1974, pp. 38-43.SALGADO, Gisele Mascarelli. Sanção na teoria do direito de Norberto Bobbio. Juruá Editora, 2010.
SHECAIRA, Salomão. Drogas e Criminologia. In: LIMA,Renato Sérgio de; RATTON,José Luiz; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de (Orgs.). Crime, Polícia e Justiça no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.
SOUZA, Ednilsa Ramos de. Consumo de substâncias lícitas e ilícitas por policiais da cidade do Rio de Janeiro. Ciência & Saúde Coletiva, v.18, 2013, p. 667-676.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Revista Brasileira de Segurança Pública
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Licenciamento
A Revista Brasileira de Segurança Pública usa a Licença Creative Commons como forma de licenciamento para suas obras publicadas. A licença utilizada segue o modelo CC BY 4.0 - Attribution 4.0 International.
Para consultar os dirietos permitidos direcione-se para a licença completa ou para a nossa página de Direitos dos autores e Licenças.